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Postado em 20/08/2018

A 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema mostra mais uma vez porque é um dos eventos mais representativos da cultura árabe no Brasil, com um público cada vez mais interessado em assistir às produções dos países árabes e refletir sobre as diversas temáticas.

Por Clara Zaim

Com auditório lotado, a 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema exibiu o filme "Cairo Jazzman - o Ritmo de uma Megacidade" e promoveu um debate com Atef Ben Bouzid, diretor alemão de origem tunisiana, neste sábado (18), no CCBB-SP (veja programação completa no site da Mostra, que vai até o dia 27 de agosto). 

O documentário apresenta o Festival de Jazz do Cairo, organizado pelo pianista Amr Salah. Retrata a paixão, as dificuldades que a juventude egípcia e os músicos enfrentam no dia a dia. O festival não tem fins lucrativos, é um ponto de encontro entre músicos locais e internacionais, que se unem pelo amor ao jazz e o desejo de cultivar o gênero musical para as próximas gerações.

O debate de Atef Ben Bouzid com o público foi mediado por Leonardo Khedi, produtor do In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical.

O diretor explicou que procurou mostrar na produção outra realidade do Egito e retratar sua juventude, especialmente a da música. Ele ressaltou que mundo árabe tem coisas boas que precisam ser mostradas pela mídia e os artistas locais devem ser valorizados. Citou também as dificuldades para a exibição do documentário nos festivais do mundo árabe e por ser uma produção independente.  O filme foi exibido pela primeira vez na 46ª edição do International Film Rotterdam, o que abriu portas para sua inclusão em outros festivais realizados em países como Espanha e Israel, entre outros.

Ao final do encontro, Bouzid agradeceu a oportunidade de participar da Mostra Mundo Árabe de Cinema: "Estou muito feliz com a exibição do meu filme e agradecido por poder mostrar uma outra visão sobre o mundo árabe para o público brasileiro. A programação da Mostra é incrível e me senti amparado por sua equipe", finalizou.

“Cairo Jazzman” terá mais uma exibição no CCBB-SP nesta segunda-feira, 20 de agosto, às 19h30. Clique aqui e assista ao trailer do filme.  

Serviço:

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

Até 27 de agosto

Próxima exibição de “Cairo Jazzman”: segunda-feira, 20 de agosto, às 19h30

Realização: Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc e Centro Cultural Banco do Brasil

Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe Brasileira

Apoio cultural: FAMBRAS, Instituto do Sono, Unifesp (por meio da Cátedra Edward Said e do Proec), Cine Fértil (Argentina), Consulado Geral da França em São Paulo, Cinemateca Francesa e Institut Français

Site: https://www.mundoarabe2018.icarabe.org/

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Postado em 15/08/2018

Filme é inédito no Brasil. Mostra fica em cartaz em São Paulo até 27 de agosto, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe)Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. São 23 produções que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relacionada à cultura e à imigração árabe.


O diretor alemão de origem tunisiana Atef Ben Bouzid, de “Cairo Jazzman - o Ritmo de uma Megacidade”, que está em cartaz na 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, participará de um debate no “CCBB-SP, neste sábado, 18 de agosto, logo após a sessão do filme, inédito no Brasil, que começa às 18h.

A mediação será de Leonardo Khedi, produtor do IN-EDIT BRASIL - Festival Internacional do Documentário Musical, com 10 edições realizadas em São Paulo, e do projeto É NÓIS NA FITA - Curso Gratuito de Cinema para Jovens, atualmente em sua 5ª edição, produtor dos documentários "Constantino" (2012), lançado na 7ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, e "Como Fotografei os Yanomami" (2018), ambos de Otavio Cury.

Além do dia 18, haverá outras exibição do filme no CCBB-SP no dia 20 de agosto, às 19h30.

A Mostra Mundo Árabe de Cinema está em cartaz até 27 de agosto, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe)Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. São 23 produções que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relacionada à cultura e à imigração árabe.

Veja a programação completa da Mostra no site: 

https://www.mundoarabe2018.icarabe.org/inicio

Trailer do filme: https://www.youtube.com/watch?v=OwxKYwLuKws

“Cairo Jazzman” integra a Sessão Panorama Mundo Árabe, realizada ao longo da existência da Mostra com o objetivo de ampliar o horizonte cinematográfico do público brasileiro por meio da exibição de filmes produzidos nos países árabes nos últimos dois anos. A produção árabe contemporânea nos brinda com documentários musicais, contos de amor, dramas humanos e comédias, mas também com produções que dialogam com o refúgio, radicalismo e realidades transitórias em busca de sua própria identidade. Elas nos mostram que ainda há lugar para o amor em um mundo de desespero e para a beleza entre as ruínas.

Sobre o filme

Cairo Jazzman - O Ritmo de uma Megacidade

Alemanha | 2016 | 82 min. | 14 anos 

Gênero: Documentário

Diretor: Atef Ben-Bouzid

Elenco: Amr Salah, Carlos Bica, Carsten Daerr, Nabil Khemir, Soweto Kinch, Arabian Knightz, Oum, Michelle Rounds,  Naseer Shamma, Kaz Okumura Trio

Idioma: Alemão, árabe, francês e inglês, com legendas em português

INÉDITO

“O jazz é mais do que um estilo de música”, diz Amr Salah. É sobre liberdade” Salah, pianista de jazz, é um entusiasta promotor do gênero. Todo ano ele organiza o Festival de Jazz do Cairo. Nesse documentário musical, pessoas próximas a Salah, como seus colegas músicos e pais discutem sua paixão. No Egito, o jazz atrai um público jovem, enfatizando o abismo entre as gerações.

 

Sobre o diretor

ATEF BEN-BOUZID é jornalista, diretor e produtor. Vive em Berlim há 20 anos. Trabalhou para meios de comunicação alemães e se especializou nas áreas de esportes, música e sociedade. Especialmente interessado nos muitos aspectos da comunicação entre culturas e países, em 2016 dirigiu e produziu Cairo Jazzman, que estreou na 46ª edição do International Film Festival Rotterdam.

 

Serviço:

 

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
De 8 a 27 de agosto
Realização: Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil
Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe Brasileira
Apoio cultural: FAMBRAS, Instituto do Sono, Unifesp (por meio da Cátedra Edward Said e do Proec), Cine Fértil (Argentina), Consulado Geral da França em São Paulo, Cinemateca Francesa, Aliança Francesae Institut Français

CineSesc
Rua Augusta, 2.075 - Cerqueira César | São Paulo | Tel. 11 3087-0500 | sescsp.org.br
Ingressos: R$ 12,00 [inteira] • R$ 6,00 [aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante] • R$ 3,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes]

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro. São Paulo -SP
(Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)
(11) 3113-3651/3652 | Quarta a segunda, das 9h às 21h
Ingressos: R$ 10,00 [inteira] • R$ 5,00 [meia]
ccbbsp@bb.com.brwww.bb.com.br/cultura | www.twitter.com/ccbb_sp |
www.facebook.com/ccbbsp | www.instagram.com/bancodobrasil
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | Ar-condicionado | Cafeteria e Restaurante | Loja
Estacionamento conveniado: Estapar - Rua Santo Amaro, 272.
Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô.
Informações pelo telefone (11) 3113-3651/3652
Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas.
É necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB

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Postado em 13/08/2018



Paixão pelo futebol e solidariedade aos palestinos: filme retrata o dia a dia de sete pessoas ligadas ao esporte, um cotidiano constantemente afetado pelo subjugo que a Palestina vive por parte de Israel.

Os diretores argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano, do filme "Yallah! Yallah!", que está em cartaz na 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, farão encontros com o público após a exibição do filme, inédito no Brasil:

- 14 de agosto - 19h, no CineSesc - Exibição de “Yallah! Yallah!” e bate-papo com os diretores 
- 15 de agosto – 19h, no CCBB-SP - Exibição de “Yallah! Yallah!” e debate às 20h20 com os diretores

A mediação será de Yanet Aguilera Viruez Franklin de Matos, professora de História do Cinema do Curso de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo.

 

A Mostra Mundo Árabe de Cinema está em cartaz até 27 de agosto, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe)Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. São 23 produções que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relaci onada à cultura e à imigração árabe.

Veja a programação completa da Mostra no site: https://www.mundoarabe2018.icarabe.org/programacao e leia entrevista com o diretor Fernando Romanazzo (clique aqui https://www.icarabe.org/node/3419

O filme "Yallah! Yallah!" integra a Sessão da Mostra intitulada Diálogos Árabes-Latinos, que reúne filmes realizados na América Latina com temática voltada à imigração árabe, aos países da região e sua relação com o Brasil e outros países latinos, possibilitando paralelos entre a cultura árabe e a formação da sociedade brasileira e latina. É realizada em parceria com o Cine Fértil e com o Latin Arab International Film Festival (Laiff – Buenos Aires). Entre América Latina e mundo árabe, os universos entrelaçados são aqueles do olhar ao outro, da empatia, da assimilação de nossa identidade diversa e do humanismo. A tendência mais contemporânea na região indica a preferência por temáticas que dialogam com a questão palestina. 

Sobre o filme: 
Yallah! Yallah!
Argentina, Palestina | 2014 | 77 min. | 12 anos 
Gênero: Documentário 
Diretor: Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano 
Elenco: Abed-Fatah Arar, Roberto Kettlun, Yosef Alazzah, Susan Shalabi, Nabeel Hrob, Mohammad Abu Sulaiman, Eyad Abu Garguood, Mohamad Issawe
Idioma: Árabe, inglês, com legendas em português
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qj_DD2tTDFc
INÉDITO

O cotidiano de sete pessoas ligadas ao futebol é constantemente afetado pelo subjugo que a Palestina vive por parte de Israel. No entanto, cada uma dessas pessoas consegue viver e lidar com todos os tipos de problemas da maneira mais digna possível para continuar a desfrutar de uma de suas maiores paixões. 

Sobre os diretores
FERNANDO ROMANAZZO e CRISTIAN PIROVANO são fruto da Buenos Aires dos anos 1970 e membros da Aqueronte Producciones. Romanazzo produziu e dirigiu o documentário De Los Barrios, arte (2009), além de ter filmado o curta-metragem Pasamontaña (2005). Pirovano fotografou a complexidade da vida cotidiana na Palestina e seus arredores, resultando em uma exposição fotográfica itinerante. Yallah! Yallah! ganhou o Prêmio LatinArab Lahaye Post 2014 de Melhor Trabalho em Progresso.

Serviço:

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
De 8 a 27 de agosto
Abertura: 8 de agosto, no CineSesc, às 20h30 (distribuição de ingressos 1h30 antes para Credencial Plena do Sesc e 1h antes para público em geral)
Realização: Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil
Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe Brasileira
Apoio cultural: FAMBRAS, Instituto do Sono, Unifesp (por meio da Cátedra Edward Said e do Proec), Cine Fértil (Argentina), Consulado Geral da França em São Paulo, Cinemateca Francesa, Aliança Francesae Institut Français

CineSesc
Rua Augusta, 2.075 - Cerqueira César | São Paulo | Tel. 11 3087-0500 | sescsp.org.br
Ingressos: R$ 12,00 [inteira] • R$ 6,00 [aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante] • R$ 3,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes]

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro. São Paulo -SP
(Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)
(11) 3113-3651/3652 | Quarta a segunda, das 9h às 21h
Ingressos: R$ 10,00 [inteira] • R$ 5,00 [meia]
ccbbsp@bb.com.br | www.bb.com.br/cultura | www.twitter.com/ccbb_sp |
www.facebook.com/ccbbsp | www.instagram.com/bancodobrasil
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | Ar-condicionado | Cafeteria e Restaurante | Loja
Estacionamento conveniado: Estapar - Rua Santo Amaro, 272.
Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô.
Informações pelo telefone (11) 3113-3651/3652
Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas.
É necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB

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Postado em 13/08/2018


O evento contou com as presenças do diretor brasileiro Omar L. Barros Filho e de Antônio Zuheír Badra, um dos personagens do filme

Por Suely Melo

O Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-São Paulo, um dos realizadores da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, juntamente com o Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), o Sesc e o Ministério da Cultura, e com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, recebeu, nesta sexta, 10 de agosto, um debate sobre o documentário “A Palestina Brasileira”, com presença do diretor Omar L. Barros Filho.
 

O evento contou também com a participação de Antônio Zuheír Badra, um dos personagens do filme, que veio de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e mediação de Gabriel Bonduki, membro do Conselho Fiscal do ICArabe. A programação da Mostra vai até o dia 27 de agosto, com 23 produções (acesse o site para saber mais: www.mundoarabe2018.icarabe.org).

Com cenas filmadas no sul do Brasil e no Oriente Médio, "A Palestina Brasileira" revela as raízes, o grau de integração e a sensação de pertencimento de seis famílias alcançadas pelos preconceitos, perseguições e guerras. Questiona sua atual condição e mostra como homens, mulheres e jovens se situam frente aos seus direitos e aos valores éticos e religiosos de sua cultura tradicional.  Leia aqui (https://www.icarabe.org/node/3361) a entrevista com o diretor sobre a produção.

Participação decisiva

Antônio Zuheír Badra é um dos personagens marcantes tanto na narrativa do filme quanto nos bastidores. Segundo Omar, a ida dele para a Palestina culminou em uma participação decisiva, além de reforçar a integração entre equipe e personagem. Isso porque, na ocasião das gravações naquele país, o exército israelense invadiu o hotel onde a equipe estava hospedada (a notícia do acontecimento está registrada no filme). “Horas antes, eu tinha entregue para o Antônio todos os chips das filmagens feitas e ele trouxe escondido, dentro das roupas usadas, pela Jordânia. Se tivessem encontrado na bagagem dos dois fotógrafos, não haveria o filme”, contou o cineasta. Ainda de acordo com Omar, dois dias depois desse acontecimento, no Aeroporto Ben Gurion, de Tel Aviv, quando retornavam ao Brasil, a câmera da equipe da Cena Um foi confiscada e não foi devolvida até hoje.

Para Antônio, que é empresário, advogado e professor universitário, participar deste trabalho foi surpreendente. “Inicialmente eu tinha recusado e o Omar, de uma forma espetacular, me convenceu. Disse que eu deveria participar, principalmente em Santana do Livramento/RS (cidade onde reside). Depois que as coisas foram se desenvolvendo, comecei a me culpar e dizer que bobagem eu teria feito na minha vida, se não ter participado desse filme”, lembrou. Então, surgiu a ideia de ir para a Palestina e como eu tenho parentes lá: tias, primas, aceitei. Foi uma das coisas mais maravilhosas que aconteceram na minha vida”, contou Antônio.

“O filme conseguiu mostrar a realidade do palestino no Rio Grande do Sul, a realidade da família do palestino, na própria Palestina, e mostrar a opressão que o estado judeu realiza em cima da Palestina, e essa vingança de querer que eles saiam das suas terras”, frisou. “Acho que o árabe e o judeu têm que se entender. Mas, lamentavelmente, há uma força maior da indústria armamentista, que sufoca tudo isso para que os Estados Unidos e as grandes potências possam vender seu armamento bélico para o mundo inteiro, inclusive para o mundo árabe”, lamentou.  “Essa é a visão do filme. Omar foi muito feliz, ele mostrou a realidade, as pessoas, os locais, como se vive, a cultura. Foi fantástico”, concluiu.

Omar, em uma de suas falas durante o debate, ressaltou em relação à questão palestina que enxerga “uma tragédia política, militar. Porque, de alguma forma, eu vejo a história de um povo sendo manchada por um regime dos mais ferozes que existem no planeta”, disse.

O cineasta agradeceu sua participação da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema e adiantou que já está planejando outra produção com temática árabe. “Como roteirista e diretor de ‘A Palestina Brasileira’, me senti extremamente honrado e feliz por esta oportunidade que a direção da Mostra deu de trazer nosso filme para um público diferenciado, de alta qualidade, que compreendeu perfeitamente e aprofundou as ideias apresentadas, após as sessões. É uma alegria”, comemorou. “Estou determinado a fazer um novo filme sobre o mundo árabe para retornar, eventualmente, se for convidado nas próximas mostras”.

Opinião

Presente na plateia, a professora e economista Amyra El Khalili, participou ativamente da discussão proposta pela mesa. De acordo com ela, o documentário é fundamental para a identidade e a autoestima do povo palestino. “Só somos retratados da pior forma possível, com estereótipos, com a imagem do palestino terrorista ou que ele está subjugado como se não tivesse inteligência e capacidade de conseguir sair da situação em que se encontra”, disse. “Mostra que independentemente de todos os problemas que enfrentamos, somos um povo de resistência, amoroso, querido e é essa imagem, que nós que somos palestinos, gostaríamos de ver na tela”.  

Amyra também destacou a presença da mulher no filme de Omar. “É fortíssima. É uma mãe amorosa, uma mulher que dança, que dá um recado, um exemplo de mãe, de mulher e de liderança dentro da nossa coletividade”. Ainda de acordo com a professora, o documentário “marca um momento histórico no resgate da nossa cultura. Uma forma de dizer que não somos invisíveis, que temos sentimentos e queremos poder expressar as nossas opiniões, os nossos desejos”. “Quero agradecer à mostra, à Soraya Misleh, pelo lindo trabalho, e à Soraya Smaili, por ter carregado a mostra por todos esses anos. É um carinho grande saber que temos mulheres árabes à frente de uma questão que diz respeito a todas as mulheres do mundo e as nossas e ao nosso povo, que tem que resistir e persistir “, finalizou.

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Postado em 10/08/2018

A abertura da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, no CineSesc, na última quarta-feira, 8 de agosto, confirmou o sucesso que o evento vem fazendo a cada ano na cidade de São Paulo. A cerimônia teve sala lotada, exibição do filme Wajib - Um Convite de Casamento (veja o trailer aqui) e presença do diretor Omar de Barros Filho, do documentário “A Palestina Brasileira”.

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe)Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A programação vai até o dia 27, com 23 produções (acesse o site para saber mais:www.mundoarabe2018.icarabe.org )

O presidente do ICArabe, Mohamed Habib, o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, Gilson Packer, gerente geral do Sesc, e Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB-São Paulo.

"Trazendo filmes para serem exibidos no Cinesesc e no CCBB, a mostra traz uma contribuição fortalecedora da integração cultural entre Brasil e América Latina e o Mundo Árabe. Essa décima terceira edição consagra-se como o maior evento de exibição cinematográfica árabe em terras paulistas e tornou-se parte integrante do calendário cultural do estado. A integração cultural entre povos nunca foi tão importante quanto hoje, com a conjuntura cultural que estamos vivendo. Salvar e resgatar o diálogo cultural, a meu ver, é a única porta que está aberta para salvar a harmonia social e o humanismo entre o povo e a sociedade”, ressaltou o presidente do ICArabe, Mohamed Habib.



Mohamed Habib, presidente do ICArabe

Em seu discurso, Hannun afirmou que a Câmara Árabe “tem muito orgulho de participar e apoiar” a mostra. “A Câmara Árabe acredita demais na importância da cultura para a integração e – por que não – para o comércio”, destacou. Para ele, a partir do intercâmbio cultural são construídas relações duradouras em outros campos, como o econômico e o social.



O gerente geral do CineSesc, Gilson Packer, ressaltou as produções nacionais na Mostra. “O destaque das produções nacionais são exatamente o desafio de fazê-las. Como, por exemplo, o filme “A Palestina Brasileira”, realizado por Omar de Barros Filho, que está aqui conosco nesta abertura. São produções que demoram 1, 2, até quatro anos para ficarem prontas, dependendo da produção. No Brasil é quase um milagre conseguir terminar um filme e é isso que deixa o festival ainda mais importante. Agradeço a presença de todos e aproveitem bem a mostra". 

Sueli Voltarelli, gerente do CCBB-SP, ressaltou que, para o CCBB, a iniciativa de patrocinar a mostra reforça o compromisso da instituição de promover acesso à cultura e contribuir para o desenvolvimento da sociedade brasileira, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer importantes produções da cultura árabe. "Agradecemos a todos os que tornaram possível a realização desse projeto, em especial o Instituto da Cultura Árabe e convidamos os presentes para prestigiar a programação exibida no CCBB-SP".





Omar contou como surgiu a ideia de seu filme. “Começou primeiro com uma viagem que eu fiz à Espanha, com a firme determinação de encontrar um tema que justificasse a ideia de filmar, até que recebi um boletim da Câmara Árabe de Comércio, que informava que o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que mais recebeu palestinos após a fundação do estado de Israel. Passei a me dedicar ao tema, escrevi a proposta, o roteiro e agora está pronto. Para nós, aceitar esse convite foi extremamente gratificante, pois poucas vezes se vê, no cinema ou na televisão, um drama palestino visto pelos palestinos. A nossa estratégia foi dar voz às famílias que deixaram a Palestina a partir da fundação do Estado de Israel, em 1948, se estabeleceram no Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul, e reconstruíram suas vidas. A Palestina Brasileira é um filme de memórias, de sentimentos, de emoções represadas, é um documentário que constrói uma ligação entre os palestinos que deixaram sua terra natal e aqueles que permaneceram, essa é a linha que conduz o filme, que é a de estabelecer um elo entre aqueles que se foram e aqueles que permanecem. Nesta mostra, através das histórias tem muita informação sobre a Palestina e nós temos hoje o privilégio de mudar e precisamos mudar enquanto é tempo". 

Homenagem a José Farhat

A abertura também ficou marcada pela homenagem do Instituto da Cultura Árabe ao cientista político José Farhat, diretor de Relações Internacionais do Instituto, que faleceu em maio deste ano (veja abaixo).

“Um homem que honrou sua passagem pelo mundo”, disse, emocionado, Mohamed Habib, ao convidar ao palco Sabrina Farhat, filha do professor José Farhat, para entrega da placa de homenagem. “Ele continuará vivo em nossa memória por tudo aquilo que produziu, de atuação, de trabalho, de orientação, de sabedoria, de conselhos, de palestras e de artigos publicados.” 

"Que essa mostra seja mais um momento de integração entre nossos povos. Eu agradeço esse momento e peço que vocês aproveitem essa mostra, que ela tenha reconhecimento internacional para que a gente possa caminhar cada vez mais para um mundo livre", disse Sabrina.

Contribuindo para a história do cinema árabe no Brasil

A Mostra Mundo Árabe de Cinema surgiu em 2005, logo após a criação do Instituto da Cultura Árabe, em 2004, como uma entidade laica e sem fins lucrativos.

O objetivo da Mostra Mundo Árabe de Cinema sempre foi (e continua sendo) o de apresentar ao público brasileiro a cinematografia dos países árabe e de temática árabe, contribuindo para desfazer os estereótipos e retratando a realidade dos países árabes.





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Postado em 09/08/2018

O diretor do documentário “A Palestina Brasileira”, Omar Barros Filho, participará, na programação da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, de dois encontros com o público, nestas quinta-feira, dia 9, no CineSesc, e na sexta, dia 10, no CCBB-SP (veja abaixo). A Mostra está em cartaz até 27 de agosto.

 

O filme integra a sessão Diálogos Árabes-Latinos, que reúne filmes realizados na América Latina com temática voltada à imigração árabe, aos países da região e sua relação com o Brasil e outros países latinos, possibilitando paralelos entre a cultura árabe e a formação da sociedade brasileira e latina. É realizada em parceria com o Cine Fértil e com o Latin Arab International Film Festival (Laiff – Buenos Aires). Entre América Latina e mundo árabe, os universos entrelaçados são aqueles do olhar ao outro, da empatia, da assimilação de nossa identidade diversa e do humanismo. A tendência mais contemporânea na região indica a preferência por temáticas que dialogam com a questão palestina.

 

Programação especial de “A Palestina Brasileira”

- 9 de agosto, quinta-feira - 19h - Exibição de “A Palestina Brasileira” e bate-papo com o diretor brasileiro Omar Barros Filho

- 10 de agosto – 18h - Exibição de “A Palestina Brasileira” e debate às 19h30 com o diretor brasileiro Omar Barros Filho

 

Para programação completa da Mostra, acesse

Site da Mostra: www.mundoarabe2018.icarabe.org

 

 

Sobre o filme:

 

A Palestina Brasileira

Brasil | 2017 | 79 min. | Livre 

Gênero: Documentário

Diretor: Omar L. de Barros Filho

Idioma: Português

Trailer:  https://www.youtube.com/watch?v=DJ6HnprB5uc

 

Marcado pela diversidade étnica e cultural, o Rio Grande do Sul abriga hoje milhares de imigrantes palestinos e seus descendentes. Com cenas filmadas no sul do Brasil e na Palestina, o documentário A Palestina Brasileira revela as raízes, o grau de integração, a sensação de pertencimento de seis famílias que revivem o passado e o quanto dele ainda resta no presente.

 

Sobre o diretor

OMAR L. DE BARROS FILHO é gaúcho, cineasta e jornalista agraciado com o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. No cinema também dirigiu Adios, General, média-metragem em 16mm premiado no Rio Cine Festival e apresentado como hors-concours no Festival de Gramado.

 

Serviço:

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

De 8 a 27 de agosto

 

Realização: Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil

Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe Brasileira

Apoio cultural: FAMBRAS, Instituto do Sono, Unifesp (por meio da Cátedra Edward Said e do Proec), Cine Fértil (Argentina), Consulado Geral da França em São Paulo, Cinemateca Francesa, Aliança Francesae Institut Français

 

CineSesc

Rua Augusta, 2.075 - Cerqueira César | São Paulo | Tel. 11 3087-0500 | sescsp.org.br

Ingressos: R$ 12,00 [inteira] • R$ 6,00 [aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante] • R$ 3,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes]

 

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Rua Álvares Penteado, 112 – Centro. São Paulo -SP

(Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)

(11) 3113-3651/3652 | Quarta a segunda, das 9h às 21h

Ingressos: R$ 10,00 [inteira] • R$ 5,00 [meia]

ccbbsp@bb.com.br  |  www.bb.com.br/cultura  |  www.twitter.com/ccbb_sp  |

www.facebook.com/ccbbsp | www.instagram.com/bancodobrasil

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | Ar-condicionado | Cafeteria e Restaurante | Loja

Estacionamento conveniado: Estapar - Rua Santo Amaro, 272.

Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô.

Informações pelo telefone (11) 3113-3651/3652

Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas.

É necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB

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Postado em 31/07/2018

Marcado pela diversidade étnica e cultural, o Rio Grande do Sul abriga hoje milhares de imigrantes palestinos e seus descendentes. As comunidades nascidas da nakba - palavra árabe cujo significado é catástrofe ou desastre - buscam, na diáspora, a integração plena e uma nova cidadania no Brasil. Hoje, tratam de sobreviver, crescer e conquistar o reconhecimento por sua contribuição econômica, social e cultural. 

Com cenas filmadas no sul do Brasil e no Oriente Médio, o documentário "A Palestina Brasileira", de Omar L. de Barros Filho, será uma das atrações da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que será promovida de 8 a 27 de agosto, no Cinesesc e no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, com realização do Instituto da Cultura Árabe, em parceria com Sesc e Centro Cultural Banco do Brasil e copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

“A Palestina Brasileira” revela as raízes, o grau de integração e a sensação de pertencimento de seis famílias alcançadas pelos preconceitos, perseguições e guerras. Questiona sua atual condição e mostra como homens, mulheres e jovens se situam frente aos seus direitos e aos valores éticos e religiosos de sua cultura tradicional.

“A presença de ‘A Palestina Brasileira’ no evento promovido pelo ICArabe é um passaporte livre para os melhores sonhos, uma janela cultural aberta a essa constelação familiar palestina que, agora, rompe o silêncio e, sem sombras e sussurros, revela sua memória em pungentes e afetivos relatos”, celebra. Em entrevista ao Portal ICArabe, Omar relata sua experiência na realização do documentário, que entrou em cartaz no Canal Curta este ano (saiba mais aqui) e assista aos vídeos promocionais (video 1) e (vídeo 2).

Portal ICArabe – Qual o significado, para seu filme, de participar da Mostra Mundo Árabe de Cinema em 2018?

Omar de Barros Filho - Foi com alegria que recebi a notícia de que A Palestina Brasileira está entre os filmes que participarão da Mostra Mundo Árabe de Cinema, em São Paulo. A iniciativa do ICArabe Brasil abre uma valiosa oportunidade para aprofundar os diálogos que venho mantendo com as comunidades árabo-palestinas em Porto Alegre e em outras cidades gaúchas, como Santana do Livramento, Quaraí e Bagé, na fronteira com o Uruguai, nas quais é marcante a presença das famílias de origem palestina. Nessas ocasiões, manifesto sempre minha gratidão por sua hospitalidade aqui e lá na Palestina, elemento determinante na realização do documentário. 

Tais sessões especiais mostram todo o potencial de comunicação do filme com uma discreta comunidade de imigrantes que, ao mesmo tempo, busca o reconhecimento social no Brasil e o direito de retornar, liberdade que lhe é negada por Israel.

Em outro patamar, a presença de “A Palestina Brasileira” no evento promovido pelo ICArabe é um passaporte livre para os melhores sonhos, uma janela cultural aberta a essa constelação familiar palestina que, agora, rompe o silêncio e, sem sombras e sussurros, revela sua memória em pungentes e afetivos relatos.



Portal ICArabe - Você retrata as conexões entre palestinos na Palestina e no Brasil. Quantas histórias você ouviu e como foi escolher as que fariam parte do filme? Houve uma história que mais tenha te marcado?

Omar de Barros Filho - Os personagens do documentário foram selecionados de acordo com o roteiro original, cuja proposta determinava a aproximação com famílias que ainda hoje mantêm vivas, no Rio Grande do Sul, suas relações afetivas, culturais e políticas com a Palestina, seus parentes e amigos. Outras personalidades, entretanto, ganharam destaque no próprio terreno, fora do roteiro, durante as filmagens. Deixei uma margem para a improvisação e para a surpresa, o que enriqueceu o documentário.

Um exemplo marcante é a trajetória de um casal de refugiados palestinos que agora reside na região metropolitana de Porto Alegre.

É uma tragédia que dura 70 anos. No início, a família abandona a Palestina como consequência da criação do Estado de Israel, em 1948. Passa a viver em Bagdá, lá reconstrói sua vida. Anos depois, a família vê tudo desmoronar, quando é novamente expulsa pela guerra após a invasão do Iraque pelas tropas dos EUA. O casal foge, então, para o campo de Al Rweished, em uma região desértica na fronteira da Jordânia.

Depois de sobreviver durante anos no campo, os dois são trazidos pela ONU para o Rio Grande do Sul, onde encontram novo abrigo. Os filhos ficaram para trás. Um vive na Indonésia, a filha está em Bagdá.

No filme, o contraponto e o imprevisto nos foram dados por personagens que resistem há décadas no campo Al Fawwar, próximo a Hebron, onde ainda agora são refugiados dentro da própria Palestina. São pessoas que nunca recuperaram seus bens, propriedades urbanas ou terras tomadas por Israel. Não estavam no roteiro.

 

Portal ICArabe - Quais foram os desafios para filmar na Palestina?

Omar - Em minha primeira viagem a Jerusalém, durante a década de 1990, sofri uma série de constrangimentos ainda no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, antes do embarque. Um verdadeiro absurdo porque me encontrava em território alemão.

Com a experiência ainda viva em minha memória, tratei, antes do retornar, de informar ao governo israelense a presença e a movimentação de minha equipe de filmagem exclusivamente em território palestino. Foi uma maneira de responsabilizar as autoridades de Israel por nossa segurança.

Apesar das precauções, em uma madrugada, o hotel onde a equipe estava hospedada em Ramallah foi invadido e ocupado por tropas militares de combate e elementos civis durante cerca de três horas. Nossos apartamentos foram arrombados, as bagagens reviradas, fomos identificados e fotografados juntamente com os funcionários do estabelecimento. O hotel foi violentamente depredado com a utilização de motosserras e marretas pesadas.

Horas antes, a equipe foi detida por um longo tempo em um checkpoint israelense no interior do histórico mercado de Jerusalém. Primeiro, nosso guia palestino-brasileiro foi expulso do local. Após, fui levado a um prédio onde funciona um centro de controle policial da área onde fica o conhecido Muro das Lamentações. Lá, recebi a proibição por escrito de não realizar entrevistas nem utilizar equipamento de som e luz. Quando tentamos entrar na mesquita de Al Aqsa, onde éramos aguardados, fomos outra vez bloqueados por policiais de Israel. Dias depois, quando tratávamos de deixar o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, uma de nossas duas câmeras foi confiscada e nunca devolvida.

 

Portal ICArabe - Você é jornalista e já foi correspondente internacional. Como compara a situação dos palestinos a outras vivenciadas em suas coberturas?

Omar - De fato, tenho uma longa experiência de trabalho na América Latina, justamente no período em que as ditaduras militares eram comuns no continente. No tempo da chamada Guerra Fria, era perigoso trabalhar em países como El Salvador, Guatemala ou Bolívia, por exemplo. Lá, minha vida esteve sob risco em diferentes ocasiões.

No entanto, apesar de toda a repressão e arbitrariedade típicas dos regimes daquela época, nunca vi nada parecido com o sistema de vigilância imposto por Israel aos palestinos. É onipresente, e objetiva dificultar, até mesmo impossibilitar, a sobrevivência, o dia a dia dos cidadãos palestinos. O apartheid alcança homens, mulheres e crianças indistintamente.

Israel não constrói apenas muros de concreto. Ao mesmo tempo em que coloniza ilegalmente novas áreas, cria muralhas de preconceito, barreiras tecnológicas e proíbe o necessário desenvolvimento da população da Palestina. Trata de dominar os céus, os mares, os rios e as águas subterrâneas. Controla a circulação da moeda e do conhecimento. Israel diz o que é o certo e tem a palavra final sobre o que é o errado.  

 

Portal ICArabe- Como você vê a cobertura da mídia em relação à questão palestina? Considera que há uma cobertura equilibrada?

Omar - Os setores dominantes da mídia são contrários às justas reivindicações palestinas. Isso é demonstrado diariamente nos noticiários. É uma mídia parcial, que não esconde suas preferências. Mesmo quando relatam massacres como os    que ocorrem em Gaza na atualidade, descrevem “confrontos” de palestinos desarmados contra tropas militares de Israel, que portam armamentos altamente sofisticados e letais. É um acinte à linguagem e à verdade. Com absoluta frieza, snipers israelenses praticam tiro ao alvo em pessoas, que são mortas ou passam a carregar deficiências físicas para o resto da vida. Em sua cumplicidade, essa parcela significativa da mídia não tem palavra crítica sobre o assunto. É lamentável, vergonhoso.

 

Portal ICArabe- Que papel o cinema pode representar para uma maior compreensão do mundo árabe e também da situação dos refugiados no Brasil e na América Latina, em um momento em que a xenofobia parece estar mais evidente?

Omar - Os ventos da guerra voltam a soprar com mais força no Oriente Médio, agora que Donald Trump afinou os instrumentos de sua orquestra militar com a banda israelense. Suas últimas medidas, como a de romper com o acordo nuclear com o Irã, a intervenção militar na Síria, a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, são ações que apontam para novas e próximas guerras na região, confrontações que ameaçam a paz no mundo. Os resultados serão outros milhões de refugiados atravessando oceanos em busca de sobrevivência.

Nesse plano, o cinema, tanto o de ficção como o documental, ocupa um lugar na batalha contra a desinformação, a alienação e o preconceito. São tempos áridos os que vivemos e nos aguardam. Horas difíceis que resultarão de nações vitimadas por políticas militaristas, crises econômicas e ambientais.

Acredito, porém, que mesmo sob essas circunstâncias adversas, homens e mulheres saberão manter sua humanidade e seus valores mais profundos, independentemente de classe social, cor ou religião. A solidariedade ativa, o adequado acolhimento dessas massas deslocadas de seus países, é mais do que uma necessidade, é uma obrigação.

O diretor Omar L. de Barros Filho

Sobre o diretor

Omar L. de Barros Filho é diretor cinematográfico, roteirista e jornalista. Dirigiu, recentemente, o documentário de longa-metragem “A Palestina Brasileira”, filmado no Brasil e no Oriente Médio. A obra retrata famílias palestinas, expulsas de sua terra de origem por guerras e perseguições, e que encontraram no Rio Grande do Sul a chance de reconstruir suas vidas.

Dirigiu, também, “Adyós, General”, ficção ambientada na guerra civil em El Salvador, onde foi correspondente. Foi diretor do curta "Viva a Morte”, sobre um velho franquista espanhol que abre um motel no Brasil. Ambos os filmes foram premiados em festivais no Brasil, e integraram a corrente conhecida no país como “Cinema de Invenção”, defendida pelo crítico Jairo Ferreira e pelo cineasta Júlio Calasso.

Foi pioneiro na introdução do formato minissérie no país ao dirigir, para a RBSTV, “Atlântida e o Anjo” e “Atlântida e o Príncipe Submarino”, dirigida ao público adolescente na década de 80. Pela direção da série “Nove Talentos Gaúchos”, produzida para a RBS-TV, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Jeca Tatu, por sua contribuição à cultura brasileira na TV. Criou e dirigiu dezenas de filmes publicitários e documentários institucionais.

Como jornalista, foi editor do jornal alternativo Versus, em São Paulo, na década de 1970, recebendo o Prêmio Vladimir Herzog dos Direitos Humanos, pela reportagem “Carta de Um Torturado ao Presidente Geisel”. Escreveu livros de reportagens sobre as crises políticas de El Salvador e da Bolívia, na década de 80. Integra, na atualidade, o grupo de colaboradores de Tlaxcala, site multilinguístico de tradutores.

Como personagem, participou ativamente da série televisiva e impressa “Resistir É Preciso – Os protagonistas desta História: A Imprensa Alternativa, Clandestina e no Exílio, no período 1964-1979 (do golpe à Anistia)”, produzida pelo Instituto Vladimir Herzog, de São Paulo.

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Postado em 26/07/2018

 

Serão 23 produções que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relacionada à cultura e à imigração árabe. A abertura será realizada no dia 8, a partir das 20h30, no CineSesc, com exibição do filme palestino “Wajib – Um Convite de Casamento”.

 

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, começará no dia 8 de agosto em São Paulo. De 8 a 27, serão apresentadas ao público 23 produções – 8 inéditas – que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relacionada à cultura e à imigração árabe. A abertura será realizada no dia 8, a partir das 20h30, no CineSesc, com exibição do filme palestino “Wajib – Um Convite de Casamento” (foto no destaque).  Nesta edição, são contemplados os eixos temáticos e sessões permanentes: Panorama Mundo Árabe, Sessão Diálogos Árabe-Latinos, Panorama Cinema Palestino, e Panorama Franco-Árabe (veja nas sinopses abaixo).

Com ingressos a preços populares, os filmes serão exibidos no CineSesc e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP), além de contar com parceria com a Aliança Francesa para exibições e eventos. A Mostra também conta com apoio cultural da FAMBRAS, do Instituto do Sono e da Unifesp, por meio da Cátedra Edward Said e do Proec, além do apoio cultural do Cine Fértil (Argentina), do Consulado Geral da França em São Paulo, da Cinemateca Francesa e do Institut Français.

Esta edição pretende salientar o reconhecimento cultural entre Brasil, América Latina e Mundo Árabe, criando um enlace de culturas, trajetórias e histórias. “São filmes que retratam as relações sociais e culturais no mundo árabe, que têm um olhar humanista, que falam de dramas humanos que nos são comuns e que rompem com estereótipos e simplificações”, frisa Natalia Calfat, diretora de Relações Nacionais do ICArabe, que integra o grupo organizador da Mostra. “A circularidade, migrações e diálogos interculturais são temas especialmente importantes para a direção cultural deste ano, que buscou integrar os dramas do refúgio e a empatia humanista que nos conecta ao próximo. Universos entrelaçados, conexões que permanentemente se fazem e se refazem, enredamentos e trocas são o fio condutor.”

Haverá a presença de diretores do mundo árabe, que irão dialogar com o público

presente em sessões seguidas de debates, além de uma edição especial do CinéClub. Entre os convidados especiais estão o brasileiro Omar Barros Filho (“A Palestina Brasileira”), os argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano (“Yallah! Yallah!”) e o egípcio Atef Ben Bouzid (“Cairo Jazz Man - o Ritmo de uma Megacidade”) (veja programação abaixo).

Neste ano, o evento, consolidado no calendário cultural da cidade de São Paulo, reafirma sua importância na divulgação do cinema dos países árabes no Brasil, evidenciando realidades. Apesar das condições de divulgação e distribuição dos filmes árabes contemporâneos terem melhorado mundialmente nas últimas décadas, no Brasil ainda é pequena, sendo raras as oportunidades de contato com essa cinematografia. Existe uma produção significativa nos 22 países de origem árabe, além de festivais importantes no Oriente Médio, como o Festival Internacional de Dubai, o Festival de Cinema de Doha, o Festival de Marrakesh e o Ismaili Film Festival, que têm possibilitado um aumento na divulgação e distribuição de filmes e coproduções com países árabes, norte-americanos e europeus.

O cinema produzido em muitos países árabes tem alto grau de sofisticação na dimensão estética, mas raramente é exibido em salas do Brasil, tanto no circuito comercial, que tem mais de 50% de sua programação ocupada por filmes produzidos nos Estados Unidos, sobrando pouco espaço para a cinematografia nacional e de outros países, como no circuito cultural, representado por Mostras e Festivais. A Mostra Mundo Árabe de cinema vem cumprindo, ao longo dos anos, o papel de difusor deste cinema rico e diversificado.

“A Mostra Mundo Árabe de Cinema, em sua 13ª edição, consagra-se como o mais primoroso momento de exibição da produção cinematográfica do Mundo Árabe em terras paulistas e, há mais de 10 anos, é parte integrante do calendário cultural de São Paulo, graças ao trabalho incansável de Soraya Smaili (reitora da Unifesp e idealizadora do evento). Seu objetivo é sobretudo elucidar os aspectos mais diversos da cultura e civilização dos povos de língua árabe, que foram desconstruídos ao longo do século XX, muito lamentavelmente, por processos peremptórios de ocupação e colonialismo, física e politicamente constatados até hoje, por grandes intelectuais, como Edward Saïd, Noam Chomsky e Tariq Ramadan, representantes das três religiões monoteístas que se originaram na região”, ressalta Arthur Jafet, diretor cultural do ICArabe.

Contribuindo para a história do cinema árabe no Brasil

A Mostra Mundo Árabe de Cinema surgiu em 2005, logo após a criação do Instituto da Cultura Árabe, em 2004, como uma entidade laica e sem fins lucrativos.

O objetivo da Mostra Mundo Árabe de Cinema sempre foi (e continua sendo) o de apresentar ao público brasileiro a cinematografia dos países árabe e de temática árabe, contribuindo para desfazer os estereótipos e retratando a realidade dos países árabes.

Mais informações: www.mundoarabe2018.icarabe.org (no ar em breve)

Abertura, sessão com acessibilidade e encontros com diretores convidados:

CineSesc:

- dia 8 de agosto – 20h30 – abertura com exibição de “Wajib” e presença de Omar Barros Filho, diretor de “A Palestina Brasileira”,

- 9 de agosto - 19h - Exibição de “A Palestina Brasileira” e bate-papo com o diretor brasileiro Omar Barros Filho

- 14 de agosto - 19h - Exibição de “Yallah! Yallah!” e bate-papo com os diretores argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano

 

CCBB-SP

- 10 de agosto – 18h - Exibição de “A Palestina Brasileira” e bate-papo às 19h30 com o diretor brasileiro Omar Barros Filho

- 15 de agosto – 19h - Exibição de “Yallah! Yallah!” e bate-papo com os diretores argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano

- 16 de agosto – 17h - Exibição de “Assim que abro meus olhos” (sessão com acessibilidade)

- 18 de agosto – 18h - Exibição de “Cairo Jazz Man - o Ritmo de uma Megacidade” e bate-papo às 20h40 com diretor Atef Ben Bouzid

 

Cinema Reserva Cultural

- 26 Agosto - 9h30 – Cineclub Mundo Árabe: Exibição de “Boa Sorte Argélia” com café-da-manhã e filme às 10h30 em parceria com a Aliança Francesa.

  

Sinopses dos filmes

Panorama Mundo Árabe

Sessão permanente realizada ao longo da existência da Mostra com o objetivo de ampliar o horizonte cinematográfico do público brasileiro por meio da exibição de filmes produzidos nos países árabes nos últimos dois anos. A produção árabe contemporânea nos brinda com documentários musicais, contos de amor, dramas humanos e comédias, mas também com produções que dialogam com o refúgio, radicalismo e realidades transitórias em busca de sua própria identidade. Elas nos mostram que ainda há lugar para o amor em um mundo de desespero e para a beleza entre as ruínas. O destaque é para Ensiriados (foto), estrelando Hiam Abbass, e O Gosto do Cimento, de Ziad Kalthoum.

 

Amal

Alemanha, Egito, França, Líbano, Noruega, Dinamarca, Qatar | 2017 | 83 min. | 14 anos  

Gênero: Documentário

Diretor: Mohamed Siam

Elenco: Amal Gamal, Nagua Said, Esraa Mamdouh,  Hosny Swelam, Khaled Mahmoud

Idioma: Árabe, com legendas em português

INÉDITO

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=jqGSRPajThQ

Amal é uma adolescente mal-humorada que cresce no Egito pós-revolução. Dentro de uma agitação política constante, Amal procura por seu lugar e reflete sobre sua identidade e sexualidade em uma sociedade patriarcal. Amal, cujo nome literalmente se traduz como “esperança”, está embarcando em uma jornada da infância até a fase adulta. Ao longo do caminho, ela percebe suas opções limitadas.

Sobre o diretor

MOHAMED SIAM é diretor de documentários como: Whose Country? (2016) e The Trials of Spring (2015). Recebeu várias bolsas e prêmios internacionais em apoio aos seus filmes – incluindo Sundance Institute, World Cinema Fund, Doha Film Institute, Arab Fund for Arts & Culture e Screen Institute Beirut. Amal foi o longa-metragem de abertura do International Documentary Film Festival Amsterdam (IDFA), em 2017.

 

Aqueles que Restam

Emirados Árabes Unidos, Líbano | 2016 | 95 min. | 14 anos  

Gênero: Documentário

Diretor: Eliane Raheb

Elenco: Haykal Mikhael

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=fqww6sCsp4k

Em um complexo ponto geopolítico no norte do Líbano, a alguns quilômetros da Síria, mora Haykal, um fazendeiro cristão de 60 anos que luta para permanecer em sua terra apesar das tensões sectárias, do medo e da falta de esperança. Todos os dias ele lida com a poeira das pedreiras, a estagnação agrícola, as tensões sectárias e as repercussões políticas e econômicas da crise síria. No entanto, sente que deve permanecer lá, pois está construindo sua nova casa e defendendo a coexistência no Líbano com as próprias mãos.

Sobre o diretor

ELIANE RAHEB é libanesa. Dirigiu os documentários Karib Baiid (So Near Yet So Far, 2002), Intihar (Suicide, 2003) e Hayda Lubnan (This is Lebanon, 2008), o qual recebeu o Prêmio de Excelência no Festival de Yamagata. Seu segundo documentário, Aqueles que Restam (Mayyel Ya Ghzayyel, 2016), estreou no Dubai International Film Festival (DIFF) e recebeu o prêmio do júri de longa-metragem.

 

Cairo JazzMan - O Ritmo de uma Megacidade

Alemanha, Egito | 2016 | 82 min. | 14 anos 

Gênero: Documentário

Diretor: Atef Ben-Bouzid

Elenco: Amr Salah, Carlos Bica, Carsten Daerr, Nabil Khemir, Soweto Kinch, Arabian Knightz, Oum, Michelle Rounds,  Naseer Shamma, Kaz Okumura Trio

Idioma: Alemão, árabe, francês e inglês, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=OwxKYwLuKws

INÉDITO

“O jazz é mais do que um estilo de música”, diz Amr Salah. É sobre liberdade” Salah, pianista de jazz, é um entusiasta promotor do gênero. Todo ano ele organiza o Festival de Jazz do Cairo. Nesse documentário musical, pessoas próximas a Salah, como seus colegas músicos e pais discutem sua paixão. No Egito, o jazz atrai um público jovem, enfatizando o abismo entre as gerações.

Sobre o diretor

ATEF BEN-BOUZID é jornalista, diretor e produtor. Vive em Berlim há 20 anos. Trabalhou para meios de comunicação alemães e se especializou nas áreas de esportes, música e sociedade. Especialmente interessado nos muitos aspectos da comunicação entre culturas e países, em 2017 dirigiu e produziu Cairo Jazz Man, que estreou na 46ª edição do International Film Festival Rotterdam.

 

Ensiriados (foto abaixo)

Bélgica, França | 2017 | 85 min. | 14 anos 

Gênero: Drama

Diretor: Phillippe Van Leeuw

Elenco: Hiam Abbass, Diamand Abou Abboud, Juliette Navis, Mohsen Abbas, Moustapha Al Kar, Mohammad Jihad Sleik,  Alissar Kaghadou, Ninar Halabi, Elias Khatter

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=OEtw3C2nUSw

Presa dentro de sua própria casa em uma cidade sitiada, Oum Yazan, mãe de três filhos, transformou seu lar em um porto seguro para a família, tentando protegê-la da guerra. Quando as bombas ameaçam destruir o edifício, franco-atiradores transformam os pátios em zonas mortíferas, e os ladrões invadem, reivindicando suas terríveis recompensas. Manter o equilíbrio da rotina dentro das paredes torna-se uma questão de vida ou morte.

Sobre o diretor

PHILIPPE VAN LEEUW nasceu em Bruxelas, Bélgica. Dirigiu La vie de Jésus (1997) e Le jour où Dieu est parti en Voyage (2009). Insyriated, seu segundo longa-metragem, estreou no 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim. No 8º Magritte Awards o filme ganhou todos os seis prêmios para os quais foi indicado, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.

 

O Gosto do Cimento

Alemanha, Líbano, Síria, Emirados Árabes Unidos, Qatar | 2017 | 85 min. | 12 anos 

Gênero: Documentário

Diretor e autor: Ziad Kalthoum

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://vimeo.com/217895826

Ensaio documental sobre imigrantes sírios em Beirute, capital do Líbano. Enquanto suas casas são bombardeadas, eles trabalham na construção civil, reconstruindo a cidade sob as ruínas deixadas pela última guerra libanesa. Um toque de recolher para imigrantes os proíbe de sair à noite, então eles permanecem e moram na própria obra, enquanto assistem pela televisão a destruição da terra natal.

Sobre o diretor

ZIAD KALTHOUM é cineasta sírio originário da cidade de Homs, vivendo atualmente em Berlim, Alemanha. Seu primeiro documentário foi Aydil (2011) e com o primeiro longa-metragem, Al-Rakib Al Khaled (2013), ganhou o Festival Árabe da BBC 2015 na categoria “Melhor Documentário de Longa-Metragem”. Seu último longa, Taste of Cement (2017), ganhou o Golden Sesterce de Melhor Documentário de Longa-Metragem na Visions du Réel, e o de melhor documentário no Dubai International Film Festival.

 

O Rei Vai Passar

Marrocos, França, Catar, Líbano | 2017 | 111 min. | 14 anos 

Gênero: Comédia, ficção

Diretor: Hicham Lasri

Elenco: Aziz Hattab, Latefa Ahrrare, Zoubir Abou el Fadl, El Jirari Benaissa, Salma Eddlimi, Adil Abatorab, Zoubida Akif, Jaouad Sayeh, Nacer Mdaghri, Saadia Marrakchia

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=CF75vzNJEos

INÉDITO

Casablanca, 11 de junho de 1986, dia de Copa do Mundo. O oficial Daoud é enviado por seus superiores insatisfeitos para passar um dia em uma ponte nos arredores de Casablanca, que fica entre duas comunidades hostis, para proteger a hipotética passagem da procissão real. Um drama visualmente estonteante, cheio de situações absurdas sobre as quais um povo impiedosamente se ergue.

Sobre o diretor

HICHAM LASRI nasceu em Casablanca, Marrocos, em 1977. Estudou Direito antes de se tornar conhecido como dramaturgo, romancista e roteirista. Em 2011 fez seu primeiro trabalho, The End, sobre os últimos dias do rei Hassan II, no Marrocos. Também dirigiu Al Bahr Min Ouaraikoum (The Sea is Behind, 2014), Starve Your Dog (2015) e O Rei Vai Passar (Headbang Lullaby, 2017).

 

Uma Criada para cada uma

Emirados Árabes Unidos, França, Líbano, Noruega | 2016 | 67 min. | 12 anos 

Gênero: Documentário

Diretor: Maher Abi Samra

Elenco: Zein El Amin, Amal Barakat, Bernadette Hodeib,  Rahel Zegeye

Idioma: Árabe, amárico, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=PsY8lky3mso

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O trabalho doméstico é um verdadeiro mercado no Líbano, segmentado de acordo com as origens nacionais e étnicas dos trabalhadores, no qual o empregador libanês é o senhor, e o trabalhador, a propriedade. Zein é dono de uma agência de trabalhadores domésticos em Beirute. Ele encaminha mulheres asiáticas e africanas ao trabalho com famílias libanesas e auxilia seus clientes na escolha.

Sobre o diretor

MAHER ABI SAMRA nasceu em Beirute, Líbano, em 1965. Estudou Artes Dramáticas na Lebanese University, em Beirute, e Estudos Audiovisuais no Institut National de l’Image et du Son, em Paris, França. Trabalhou como fotojornalista para diários libaneses e agências internacionais. Dirigiu Sheoeyin Kenna (2010) e Uma Criada para cada uma (Makhdoumin, 2016).

 

Volubilis

Catar, França, Marrocos | 2017 | 106 min. | 14 anos 

Gênero: Drama

Diretor: Faouzi Bensaïdi

Elenco: Mouhcine Malzi, Nadia Kounda, Abdelhadi Talbi,  Nezha Rahil, Faouzi Bensaïdi, Mouna Fettou

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=iTT-c8HNLLY

INÉDITO

Na cidade marroquina de Meknes, os recém-casados Abdelkader e Malika lutam para sobreviver. Eles sonham deixar a casa da família e finalmente começar uma vida juntos. Mas um dia, no trabalho, Abdelkader experimenta um incidente violento que vai virar seu destino.

Sobre o diretor

FAOUZI BENSAÏDI é diretor, ator e roteirista marroquino. Seu filme A Thousand Months foi exibido na sessão Un Certain Regard, no Festival de Cinema de Cannes de 2003. Em 2011, seu filme Death for Sale estreou no Toronto International Film Festival e foi selecionado como a entrada marroquina para o Oscar de melhor produção em língua estrangeira (2013). Também trabalhou em parceria com diretores, como Nabil Ayouch, André Techiné e Nadir Mocknech.

 

Diálogos Árabes-Latinos                                                  

Essa sessão reúne filmes realizados na América Latina com temática voltada à imigração árabe, aos países da região e sua relação com o Brasil e outros países latinos, possibilitando paralelos entre a cultura árabe e a formação da sociedade brasileira e latina. É realizada em parceria com o Cine Fértil e com o Latin Arab International Film Festival (Laiff – Buenos Aires). Entre América Latina e mundo árabe, os universos entrelaçados são aqueles do olhar ao outro, da empatia, da assimilação de nossa identidade diversa e do humanismo. A tendência mais contemporânea na região indica a preferência por temáticas que dialogam com a questão palestina. O destaque é para Yallah! Yallah! de Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano.

 

A Palestina Brasileira (foto abaixo)

Brasil | 2017 | 79 min. | Livre 

Gênero: Documentário

Diretor: Omar L. de Barros Filho

Idioma: Português

Trailer:  https://www.youtube.com/watch?v=DJ6HnprB5uc

Marcado pela diversidade étnica e cultural, o Rio Grande do Sul abriga hoje milhares de imigrantes palestinos e seus descendentes. Com cenas filmadas no sul do Brasil e na Palestina, o documentário A Palestina Brasileira revela as raízes, o grau de integração, a sensação de pertencimento de seis famílias que revivem o passado e o quanto dele ainda resta no presente.

Sobre o diretor

OMAR L. DE BARROS FILHO é gaúcho, cineasta e jornalista agraciado com o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. No cinema também dirigiu Adios, General, média-metragem em 16mm premiado no Rio Cine Festival e apresentado como hors-concours no Festival de Gramado

Yallah! Yallah!

Argentina, Palestina | 2014 | 77 min. | 12 anos 

Gênero: Documentário

Diretor: Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano

Elenco: Abed-Fatah Arar, Roberto Kettlun, Yosef Alazzah, Susan Shalabi, Nabeel Hrob, Mohammad Abu Sulaiman, Eyad Abu Garguood, Mohamad Issawe

Idioma: Árabe, inglês, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qj_DD2tTDFc

INÉDITO

O cotidiano de sete pessoas ligadas ao futebol é constantemente afetado pelo subjugo que a Palestina vive por parte de Israel. No entanto, cada uma dessas pessoas consegue viver e lidar com todos os tipos de problemas da maneira mais digna possível para continuar a desfrutar de uma de suas maiores paixões.

Sobre os diretores

FERNANDO ROMANAZZO e CRISTIAN PIROVANO são fruto da Buenos Aires dos anos 1970 e membros da Aqueronte Producciones. Romanazzo produziu e dirigiu o documentário De Los Barrios, arte (2009), além de ter filmado o curta-metragem Pasamontaña (2005). Pirovano fotografou a complexidade da vida cotidiana na Palestina e seus arredores, resultando em uma exposição fotográfica itinerante. Yallah! Yallah! ganhou o Prêmio LatinArab Lahaye Post 2014 de Melhor Trabalho em Progresso.

 

Panorama Cinema Palestino

Sessão que ganha espaço definitivo na Mostra, refletindo a repercussão e reconhecimento do cinema palestino em importantes festivais internacionais, como Oscar e Cannes. Essas produções, que refletem o cotidiano da ocupação e dialogam com o processo colonial, vêm crescentemente ganhando vigor e intensidade. O cinema e o povo palestino resistem, elaborando e construindo sua própria identidade entre arte e política. O destaque é para Wajib - Um Convite de Casamento, da premiada cineasta e poeta palestina Annemarie Jacir.

 

Gaza Surf Club

Alemanha | 2016 | 87 min. | 14 anos 

Gênero: Documentário

Diretor: Philip Gnadt, Mickey Yamine

Elenco: Sabah Abu Ghanem, Mohammed Abu Jayab, Ibrahim Arafat

Idioma: Árabe e inglês, com legendas em português

Trailer: https://vimeo.com/185917266

INÉDITO

Enclausurada na “maior prisão a céu aberto do mundo”, uma nova geração é atraída para as praias. Cansados da ocupação e do impasse político, encontram sua própria libertação pessoal nas ondas do Mediterrâneo – são os surfistas de Gaza. São as pranchas que lhes dão a oportunidade de experimentar uma pequena fatia de liberdade – entre a lembrança costeira de uma realidade deprimente e a fronteira de três milhas marítimas controlada por Israel.

SOBRE OS DIRETORES

PHILIP GNADT recebeu o prêmio da Film Industry de Baden-Wuerttemberg (2003) para o documentário Paula. Zwölf Seiten lhe rendeu o prêmio Days Karlsruhe em 2010. Em 2003 fundou a produtora Substanz Film. Juntamente com Mickey Yamine, Gnadt acompanha o Gaza Surf Club desde 2012.

MICKEY YAMINE cresceu no Cairo, Egito, e se mudou para a Alemanha aos 18 anos. Seu filme, Tropic of Bear ganhou menção honrosa no Festival de Locarno (2010). Fundou a produtora Berlin Bridge, em 2013, juntamente com Andreas Schaap e Benny Theisen. Suas últimas produções incluem The Last Compartment (2016) e Print The Legend (pré-produção).

 

Naila e o Levante

Estados Unidos, Palestina | 2017 | 76 min. | 14 anos 

Gênero: Documentário, animação

Diretor: Julia Bacha

Elenco: Naila Ayesh, Zahira Kamal, Azza al-Kafarneh, Naima  Al-Sheikh, Roni Ben Efrat, Sama Aweidah

Idioma: Árabe, inglês e hebraico, com legendas em português

Trailer: https://vimeo.com/242161763

Quando um levante nacional eclode em 1987, uma mulher em Gaza deve escolher entre o amor, a família e a liberdade. Destemida, ela abraça todos os três, juntando-se a uma rede clandestina de mulheres em um movimento que força o mundo a reconhecer, pela primeira vez, o direito palestino à autodeterminação. Naila e o Levante narra a notável jornada de Naila Ayesh, cuja história é tecida através da mais vibrante e não violenta mobilização na história da Palestina: a primeira Intifada no final dos anos 1980.

Sobre o diretora

JULIA BACHA é cineasta premiada pela Peabody, estrategista de mídia e diretora de criação da Just Vision. Foi codiretora e roteirista de Encounter Point (2006), diretora e produtora de Budrus (2009) e de My Neighborhood (2012). Além de ter sido agraciada com 20 prêmios de Festivais Internacionais de Cinema, o trabalho de Julia Bacha foi exibido nos festivais de Sundance, Berlim e Tribeca, transmitidos pela BBC, HBO e Al Jazeera e compartilhado com os campos de refugiados palestinos e o Congresso norte-americano.

 

Os Árabes também Dançam

Alemanha, França, Israel | 2014 | 105 min. | 12 anos 

Gênero: Drama

Diretor: Eran Riklis

Elenco: Tawfeek Barhom, Ali Suliman, Yaël Abecassis

Idioma: Árabe, hebraico, inglês, alemão, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=TW0Jjf3RrME

Eyad é um menino palestino que tem a oportunidade de estudar em um internato de prestígio em Jerusalém. Eyad se esforça para se encaixar na cultura judaica do final de 1980. Ele desenvolve uma estreita amizade com Jonathan, que sofre de distrofia muscular, e é abraçado como um membro da família por Edna, mãe de Jonathan. O tempo passa e, com os mísseis de Saddam Hussein pairando sobre o horizonte, Eyad conhece o amor e a decepção e toma uma decisão que vai alterar o seu destino para sempre.

Sobre o diretor

ERAN RIKLIS atua no mundo do cinema desde 1975. Dirigiu filmes como: On a Clear Day You Can See Damascus (1984), Cup Final (1993), Zohar, A Noiva Síria (2004), Lemon Tree (2008) e Os Árabes também Dançam (Aravim rokdim, 2014). Filmou Playoff (2011) e Zaytoun (2012).

 

Wajib - Um Convite de Casamento (foto principal e foto abaixo)

Palestina, França, Alemanha, Colômbia, Noruega, Qatar e EAU | 2017 | 96 min. | 14 anos 

Gênero: Drama

Diretora : Annemarie Jacir

Elenco: Mohammad Bakri, Saleh Bakri, Maria Zreik

Idioma: Árabe, com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DXpZ4CyeYrw

INÉDITO

Abu Shadi é um pai divorciado e um professor de 60 anos que mora em Nazaré. Depois do casamento da filha, em um mês, ele viverá sozinho. Shadi, seu filho arquiteto, chega de Roma após anos no exterior para ajudar seu pai na entrega pessoal dos convites de casamento para cada convidado – costume palestino local. À medida que o par distante passa o dia junto, os detalhes tensos do relacionamento chegam a um ponto crítico.

Sobre o diretora

ANNEMARIE JACIR escreveu, dirigiu e produziu mais de 16 filmes. Seu Like Twenty Impossibles (2003) foi o primeiro curta-metragem árabe na história a ser oficialmente selecionado para o Festival de Cannes. Sal desse Mar (2008), primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher palestina, conquistou 14 prêmios internacionais. Quando vi Você foi premiado no 63º Festival Internacional de Cinema de Berlim e eleito o Melhor Filme Árabe no Abu Dhabi Film Festival. Em 2017, Wajib foi premiado no Locarno Film Festival, BFI London Film Festival, Dubai International Film Festival e MedFilm Festival, em Roma, Itália.

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13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
De 08 a 27 de agosto de 2018 | Realização Instituto da Cultura Árabe - ICArabe
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